Trump Ameaça Tarifas Por Conta Da Moeda Dos BRICS

O slogan "America First" de Trump foi levada ao extremo sob o pretexto de proteger o dólar americano e a hegemonia dos EUA. Agora, Trump, conhecido por suas políticas protecionistas, afirma querer impor uma tarifa de 100% sobre todas as nações dos BRICS. 

A razão? Porque eles estão discutindo a criação de uma moeda alternativa para reduzir a dependência do dólar americano. Países como China e Rússia enfrentam sanções e tarifas há muito tempo e, por isso, foram forçados a encontrar maneiras de se manterem competitivos e relevantes no comércio mundial. Em vez de usar o dólar americano, as nações do BRICS negociariam entre si com uma nova moeda emitida pelo bloco ou uma cesta de moedas.

O cenário geopolítico está repleto de tensões entre os EUA e os BRICS, e o sistema financeiro como o conhecemos pode nunca mais ser o mesmo. Neste artigo, discutiremos brevemente a recente ameaça de Trump e por que a moeda do BRICS pode destronar o dólar americano como moeda de reserva mundial.

O FIM DA DOMINÂNCIA DO DÓLAR?

Embora o dólar americano tenha sido usado em aproximadamente metade do comércio mundial em 2022, uma nova moeda dos BRICS poderia contorná-lo. As nações dos BRICS abrigam cerca de 45% da população mundial e 35% do PIB global, e são ricas em recursos naturais, como petróleo, gás, minerais e florestas. 

Por que esses dados são importantes? Porque a moeda do BRICS seriam usadas para comercializar todas essas commodities, potencialmente enfraquecendo a economia dos EUA. Até a Arábia Saudita e a China têm aumentado o comércio de petróleo utilizando o Yuan (RMB). As nações dos BRICS querem minimizar a dependência do dólar americano para proteger seus interesses e contornar tarifas e sanções dos EUA. 

O próprio Putin disse, “Foi a "armação" do dólar pelos EUA que levou os países a buscarem alternativas em primeiro lugar.” Enquanto isso, fatores como a astronômica divida pública, a inflação galopante e a perda de confiança colocam o dólar americano em uma posição difícil.

A RESPOSTA DE TRUMP

Para proteger a dominância do dólar americano e conter a nova moeda dos BRICS, Trump está propondo tarifas de 100% sobre essas nações. Essa política tem o objetivo de forçar esses países a "dar adeus à América" e fazê-los parar de vender para a economia dos EUA.

Não é surpresa que Trump queira proteger o status de reserva do dólar americano, considerando sua mentalidade "America First", mas a insensatez de uma declaração como essa é, francamente, absurda. Trump há muito tempo defende tarifas com a intenção de trazer de volta os empregos industriais e de manufatura para os EUA e pressionar outros países a cooperar em diversas questões. No entanto, o lado negativo é que empresas baseadas nos EUA, que dependem de importações das nações dos BRICS, teriam de enfrentar custos mais altos e margens de lucro reduzidas. Em alguns casos, essas empresas podem até ser forçadas a fechar. 

REPERCUSSÃO ECONÔMICA

Pense em qualquer restaurante asiático nos EUA que importa arroz da China ou da Índia. Eles terão que aumentar os preços, pois, caso contrário, não conseguirão permanecer lucrativos. Além disso, empresas de dropshipping e Amazon FBA podem enfrentar custos mais altos, já que muitas mercadorias são fabricadas na China. Estes são apenas alguns exemplos.

A política de tarifas de 100% prejudicará muitas empresas que dependem de importações dos países dos BRICS. Essas tarifas também causarão aumentos nos preços ao consumidor nos EUA para produtos do dia a dia, especialmente porque a China é um dos principais exportadores. Se os países dos BRICS decidirem não comercializar com os EUA, eles podem redirecionar seu comércio para mercados como a UE e a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), onde as tarifas podem ser muito mais baixas. 

LIÇÕES DO COMÉRCIO GLOBAL A PARTIR DE CINGAPURA 

O economista Otto T. Mallery é creditado com a frase: "Quando os bens não cruzam fronteiras, os soldados o farão", de seu livro Economic Union and Durable Peace (Harper and Brothers, 1943). Essa lição simples, mas reveladora, fez com que nações como Cingapura passassem da pobreza à prosperidade.

De um porto colonial britânico de comércio, Cingapura tornou-se um renomado centro financeiro e um dos países mais ricos do mundo em termos de PIB per capita. Como isso foi possível? Cingapura implementou políticas de baixos impostos, livre comércio e tarifas mínimas, o que ajudou indivíduos e empresas a fazer negócios com outros países e prosperar. Trump, no entanto, está apostando em uma abordagem protecionista, a ponto de querer travar guerras econômicas por meio de tarifas.

IMPLICAÇÕES MAIS AMPLAS

A criação de uma moeda dos BRICS poderia representar uma mudança nas dinâmicas de poder global. Uma vez implementada, poderia incentivar outros países a se afastarem do dólar americano e reduzirem sua relevância como moeda de reserva global. A influência dos EUA seria muito menos proeminente, independentemente das sanções.

Países fora do bloco dos BRICS poderiam enxergar esse desenvolvimento como um precedente para alcançar estabilidade e prosperidade sem depender dos sistemas dos EUA. Economias emergentes na África, América Latina e Sudeste Asiático poderiam formar parcerias com os BRICS, enquanto rotas comerciais evitariam os EUA devido às altas tarifas. Trump pretende proteger a dominância dos EUA, mas as tarifas se parecem mais com os EUA preparando seu próprio fracasso. 

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CONCLUSÃO: TARIFAS PODEM TER EFEITO REVERSO

Mais uma vez, as tarifas de 100% propostas provam que Trump é um protecionista. Embora defender seu país seja um objetivo legítimo, as implicações dessas tarifas seriam desastrosas, desde o aumento dos custos para empresas e consumidores americanos até o incentivo para que países negociem com os BRICS. A dominância do dólar há muito tempo confere poder aos EUA, mas essas tarifas podem ser um alerta para que países inteiros busquem alternativas. Embora a ameaça de "tarifa de 100%" seja provavelmente uma tática de negociação de Trump para fazer os países dos BRICS recuarem em sua tendência de desdolarização, o tempo dirá se ele realmente tentará implementar uma política tão desastrosa.

Em vez de recorrer à guerra econômica, os EUA poderiam se beneficiar de parcerias estratégicas e do livre comércio. O bloco dos BRICS, cansado de sanções intermináveis, foi forçado a encontrar maneiras de contornar os sistemas financeiros dos EUA. Todos os países dos BRICS têm influência na economia mundial, pois estão entre os países mais populosos e possuem vastos recursos naturais.

Se você deseja se adaptar a essa mudança nas finanças globais, precisa estar preparado. Diversificar entre ativos tangíveis e jurisdições é uma das formas mais simples e eficazes de se proteger do que está por vir. Ao se inscrever em nossa newsletter, você receberá nosso relatório gratuito, “19 Estratégias para Proteger e Fazer Crescer Sua Riqueza no Exterior,” com todas as informações que você precisa para começar.