2022 foi um ano importante na política sul-americana, com eleições presidenciais sendo realizadas em vários países. No entanto, o mais polarizador deles até hoje foi a Colômbia, que elegeu pela primeira vez um presidente de esquerda. Ex-guerrilheiro, Gustavo Petro superou por pouco o candidato centrista Rodolfo Hernandez no segundo turno e assumirá a presidência em agosto.
No entanto, sua eleição não foi sem controvérsia. Petro agora enfrenta a tarefa de cumprir algumas grandes promessas de campanha, como aumentar os gastos com bem-estar social e reduzir a extração de recursos naturais.
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Mapa da Colômbia
Embora a Colômbia seja mais conhecida por sua guerra civil de décadas e por nomes como Pablo Escobar, o país fez avanços impressionantes nos últimos anos graças a políticas econômicas prudentes. Como resultado, tem sido um dos países que mais cresce na região, pré e pós-pandemia.
Mais recentemente, a Colômbia tornou-se um destino popular para aposentados e profissionais da classe trabalhadora devido ao baixo custo de vida e moradia acessível em comparação com as principais cidades norte-americanas. O governo colombiano tem feito questão de capitalizar essa tendência, e vários vistos estão disponíveis para trabalhadores remotos, investidores e aposentados.
Viajante em Bogotá, Colombia
Apesar de apresentar um alto crescimento econômico nas últimas duas décadas, a Colômbia é um país em desenvolvimento e não é isento de problemas. Além disso, foi duramente atingido pela pandemia de Covid-19, que exacerbou alguns problemas internos subjacentes. Portanto, não foi surpresa que as eleições presidenciais fossem muito disputadas, com Gustavo Petro derrotando por pouco o centrista Rodolfo Hernandez.
Embora a América do Sul tenha se deslocado para a esquerda nos últimos anos, principalmente no Chile e no Peru, esta é a primeira vez na Colômbia, onde o centro e a direita têm sido a força dominante na política. No entanto, deve-se notar que o partido de Petro, Pacto Histórico, não tem maioria legislativa, então ele terá que trabalhar com os partidos de centro e direita mais moderados.
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Vista da Catedral in Cartagena, Colômbia
Gustavo Petro, ex-senador e prefeito de Bogotá, tem sido uma figura polarizadora na política colombiana. Embora tenha moderado sua retórica e prometido não expropriar terras, algumas de suas reformas propostas são controversas, para dizer o mínimo. No topo da lista está uma agenda pró-ambiente que interromperá a futura exploração de petróleo e limitará a extração de recursos naturais. Embora ele tenha declarado que honrará todos os contratos atuais, isso não é um bom presságio para uma indústria que compreende mais da metade das exportações da Colômbia.
Assim como outros presidentes de esquerda na região, ele defende um modelo econômico liderado pelo Estado com aumento dos gastos com assistência social. Basta dizer: você não precisa ser um economista para entender que existe um problema com a ideia de aumentar os gastos enquanto limita (ou reduz) as fontes de renda. Ele também propôs aumentar os impostos sobre os ricos, taxando usos improdutivos da terra (como pastagem de gado), juntamente com serviços como planos de telefonia celular. Alguns deles são impopulares e dificilmente passarão pela legislatura.
Não tenha dúvidas, a Colômbia seguirá em uma direção diferente com Gustavo Petro no comando. Embora isso decepcione alguns, a falta de uma maioria legislativa ajudará a moderar algumas de suas propostas mais controversas. Ao mesmo tempo, não cumprir suas promessas de campanha abre a porta para agitação social, como em 2019.
Bogotá, Colômbia
Agora você provavelmente está se perguntando se deveria riscar a Colômbia da sua lista. Se você planeja investir na extração de recursos naturais, talvez queira procurar em outro lugar. Mesmo que a Colômbia não seja tão atraente quanto antes, o país ainda tem muito a oferecer. O Peso atingiu recentemente uma baixa histórica de 4.600:1 COP/USD em julho e, embora tenha se recuperado um pouco desde então, prevê-se que permaneça acima de 4.000:1 no futuro próximo.
Com o trabalho remoto se tornando mais comum e o aumento do preço dos imóveis nas principais cidades norte-americanas, a Colômbia continuará sendo um destino popular para expatriados e aposentados. Isso é especialmente verdadeiro em destinos turísticos populares como Cali e Medellín, com maior demanda por aluguéis de curto e longo prazo.
Outras coisas a considerar são o conflito em curso na Ucrânia e as crescentes tensões entre os EUA e a China. Embora a Colômbia não esteja imune a eventos externos, o setor imobiliário continuará sendo um investimento sólido e pode ser usado para obter residência. Claro, a capacidade de investimento da Colômbia será afetada com Petro, e há muita incerteza sobre para onde o país está indo nos próximos quatro anos. Ainda assim, é improvável que a Colômbia siga o caminho desastroso da vizinha Venezuela.