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CBIs Caribenhos Passam Por Reformulação: Uma Análise Dos Novos Limites E Regras De Investimento

Escrito por Mikkel Thorup | April 16, 2024

Você está pensando em conseguir um segundo passaporte no Caribe? Se você está considerando um programa de Cidadania por Investimento (CBI) nessas nações insulares, houve algumas mudanças regulatórias recentes que você precisa conhecer. A partir de 30 de junho de 2024, grandes mudanças estão previstas. Quatro dos cinco países caribenhos que oferecem programas CBI assinaram um acordo para colaborar e tornar seus programas mais semelhantes. 

Infelizmente, neste caso, “mais semelhante” significa limiares de investimento mais elevados e regulamentações mais rigorosas. Isso destaca mais uma vez que estou sempre dizendo aos meus clientes para agirem rapidamente em seus planos, porque você nunca sabe quando esses programas irão mudar.

Neste artigo, explicaremos o que essas mudanças significarão para os expatriados que desejam adquirir um CBI no Caribe.

 

Porto de St Georges, Granada

ESTABELECENDO UM NOVO PADRÃO: O PREÇO MÍNIMO DE US$ 200.000 

O Memorando de Entendimento (MoU), assinado por Antígua e Barbuda, Domínica, Granada, e São Cristóvão e Nevis, estabelece um compromisso coletivo para manter o requisito mínimo de investimento para a cidadania em US$ 200.000. Isso segue São Cristóvão revisando seu próprio programa no ano passado e aumentando o investimento mínimo para esse programa para US$ 250.000.

O primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, anunciou recentemente a mudança da marca da Unidade de Cidadania por Investimento de Granada (CIU) para Agência de Migração de Investimentos de Granada. Ele também revelou que esteve envolvido em discussões intensas com os seus homólogos de outros países dos Estados das Caraíbas Orientais (OECO) durante as últimas seis semanas. Essas discussões culminaram na assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU).

A decisão de estabelecer um preço mínimo veio da pressão da UE, que a justificou para evitar desacreditar o CBI caribenho. Na realidade, isso tornará estes programas menos atraentes, tornando o processo mais complicado para potenciais candidatos. Isto não é de forma alguma uma boa notícia para o mundo expatriado, e é por isso que é ainda mais essencial agir agora se você deseja adquirir um desses CBIs.

 

QUAIS SÃO AS MUDANÇAS PRÁTICAS?

Então, o que isso significa para os expatriados que desejam investir nesses países para obter a cidadania? Aqui estão os pontos chave:

  • Custo de investimento: Todos os quatro países estabeleceram um valor de investimento padrão de US$ 200.000. Isso significa que não importa o país que você escolher, o valor mínimo que você precisará investir para se qualificar para a cidadania é o mesmo. Além disso, quaisquer alterações neste valor no futuro precisam da aprovação de todos os quatro países;

  • Compartilhando informações: Esses países compartilharão informações sobre os candidatos para garantir que tudo seja legal. Eles estão criando um sistema digital em Barbados para facilitar esse compartilhamento e também estão comprometidos em ser abertos sobre como o dinheiro desses programas é usado;

  • Regras e regulamentos: Eles planejam criar um novo grupo para garantir que tudo corra bem e siga as melhores práticas internacionais.

  • Ficando de olho nas coisas: Mesmo depois que alguém obtiver a cidadania POR investimento, haverá verificações para garantir que tudo continue em alta;

  • O que fazer e o que não fazer no marketing: Haverá regras sobre como esses programas de cidadania podem ser comercializados. Por exemplo, eles estão dizendo não ao uso de fotos de passaportes ou à promessa de viagens sem visto em anúncios.

 

Santa Lúcia não adere ao grande acordo

UMA NAÇÃO VAI SOZINHA: QUEM ESTÁ FALTANDO?

Santa Lúcia decidiu ficar de fora desta rodada, não aderindo ao grande acordo com os demais países do Caribe. O primeiro-ministro de Santa Lúcia, Philip J Pierre, optou por não assinar, tornando Santa Lúcia o único dos cinco países caribenhos com cidadania por investimento que não aderiu ao partido. Embora haja especulação sobre este assunto, não há nada que confirme a razão pela qual Santa Lúcia não celebrou este acordo. Vamos aguardar por mais novidades.

 

POR QUE A MUDANÇA? POSSÍVEIS MOTIVAÇÕES

Vários fatores podem estar empurrando esse impulso para a padronização:

  • Aderindo ao escrutínio da UE: A UE já manifestou preocupações sobre os CBI, especialmente no que diz respeito aos riscos de segurança. Ao padronizar os regulamentos, aumentar a transparência e potencialmente melhorar os procedimentos de devida diligência, os países das Caraíbas podem ter como objetivo apaziguar a UE e evitar regulamentações mais rigorosas ou mesmo a remoção do acesso sem visto para os seus cidadãos;

  • Manter o valor do programa: Na mente dos burocratas, a concorrência é uma coisa má e eles pensam que a não regulamentação poderia potencialmente desvalorizar os próprios CBIs. Portanto, a partir do momento em que estas novas regras entrarem em vigor, esqueça qualquer desconto que possa ter no CBI de um destes países;

  • Fortalecendo a Marca: Uma abordagem com padrões comuns poderia projetar uma imagem mais forte e mais respeitável para os CBIs caribenhos como um todo nas mentes dos burocratas.

 

Shirley Heights, Antígua e Barbuda

ESSA MUDANÇA FAZ SENTIDO?

Cheguei à conclusão de que aumentar o investimento mínimo para os Programas de Cidadania por Investimento (CBI) não é realmente uma forma eficaz de impedir a entrada de criminosos, especialmente tendo em conta a rigorosa devida diligência já em vigor nas Caraíbas. Tal medida provavelmente apenas reduziria o número de candidatos legítimos, sem realmente aumentar a segurança ou a conformidade. Também parece ignorar o cenário competitivo dos CBI globais, uma vez que os investidores poderiam simplesmente procurar opções mais acessíveis em outros locais.

O esforço da UE para aumentar os limiares de investimento pode ser uma tentativa de tornar os CBIs menos atraentes, o que não aborda diretamente as preocupações de segurança que alegam ter. Em vez de impor custos mais elevados, faria mais sentido que a UE trabalhasse com os países das Caraíbas para melhorar ainda mais os processos de devida diligência, tirando partido dos seus recursos de investigação mais avançados. A estratégia da UE parece-me mais punitiva do que prática, ignorando formas mais eficazes de abordar as preocupações com os CBIs. Esta abordagem corre o risco de minar a eficácia e o apelo dos programas sem de fato melhorar a segurança.

 

Scotts Head, Dominica

CONCLUSÃO

Para os expatriados que sonham com a cidadania caribenha, o tempo está passando. Os países das Caraíbas estão a unir-se para uniformizar os seus programas de cidadania por investimento, estabelecendo um preço mínimo fixo de investimento. Com os preços potencialmente subindo, meu conselho é agir rápido se você estiver considerando esse caminho para garantir sua cidadania antes que os custos subam.

Este novo acordo entre os países das Caraíbas representa uma mudança significativa nos seus programas de cidadania. No entanto, a decisão de Santa Lúcia de optar pela exclusão acrescenta um elemento de incerteza sobre como este esforço coletivo influenciará o panorama mais amplo dos CBIs das Caraíbas e se conduzirá a um sistema mais dividido com diferentes níveis de investimento. 

O impacto futuro desta colaboração ainda está para ser visto, mas para potenciais investidores, a mensagem é clara: agora é hora de se mover antes que seja tarde.